BNDES: o banco é de todos
por Yeda Crusius
O maior de todos os acionistas do BNDES é o
Governo Federal. O Governo Federal não tem dono. Portanto, o BNDES
também não. Acompanho surpresa a reação dos gestores do Banco que
anunciam publicamente que vão acionar o TCU porque não querem devolver
180 bilhões de reais ao Tesouro Nacional, como o governo pretende ao
apresentar seu orçamento geral para o Congresso Nacional analisar, e
modificar no que achar pertinente. Ora, o banco tem em caixa hoje 200
bilhões de reais, e a cada pouco entram mais recursos advindos dos que
tiveram créditos aprovados e vão tendo que devolver em suaves
prestações. E o TCU tem que acompanhar tudo sempre – embora não tenha
evitado os maus negócios quando eles iam se sucedendo, principalmente no
Governo Dilma.
Não sei se a J&S vai
devolver os muitos bilhões que tomou de nós, de nossos impostos
transferidos na era Lula-Dilma, do Tesouro Nacional para a conta do
banco. Com esses bilhões a empresa se transformou na gigantesca empresa
que é, e não só de proteína animal. Tem de tudo, de chinelo a alimentos.
Fora as propinas. Que coisa. Com seus donos presos, o Conselho de
Administração busca substitutos aos irmãos para evitar que o gigante do
Lula vá à breca. O BNDES tem 2 assentos nesse conselho, porque detém
21,3% da empresa. Portanto, responde tanto pelos maus negócios feitos no
passado quanto pela necessária reestruturação da firma. Que devolvam
vendendo o que compraram com nossos impostos. Não sendo como a
Petrobrás, que é estatal e vai se reestruturando com competência, sendo
seus lucros distribuídos a seus verdadeiros proprietários dos milhões de
ações da empresa, que faça dentro das regras do mercado privado.
O
que sabemos é que a Venezuela não vai honrar os bilhões de “empréstimo”
que tomou do BNDES para fazer infraestrutura com obras da Odebrecht.
Também não sei se vão devolver os empréstimos Angola, Cuba, e outras
ditaduras financiadas pelo BNDES, o banco que não tem dono, mas que teve
recentemente expropriadores descarados, e “sócios” como os gigantes do
Lula – Eike, Odebrecht, J&S. Se esses países não devolverem, então
consideram que receberam doações do banco por parte de seus companheiros
bolivarianos do Brasil… E teremos que assumir, como terão que assumir
os milhares de participantes dos fundos de pensão das estatais
depenadas, para poder receber suas aposentadorias cobrindo o furo de 18
bilhões perdidos com as más aplicações dos sindicalistas que os geriram.
Sendo
as investigações aprofundadas, com TCU e outros órgãos de fiscalização e
controle, quem sabe possamos tirar dos que usurparam o dinheiro público
a parte que lhes toca. Ou pelo menos uma parte, fazendo justiça não
apenas em anos de cadeia, mas em caixa mesmo.
(*) Yeda
Crusius é economista e deputada federal pelo PSDB/RS em seu quarto
mandato. Já ocupou os cargos de Ministra do Planejamento e Governadora
do RS. (foto: George Gianni)
Fonte: www.psdb.org.br
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